Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos (Mt 22,14)

Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos (Mt 22,14)

Nas variadíssimas formas pelas quais o Senhor nos convida ao serviço em Sua Messe, quem dera podermos um dia testemunhar como o fez Edel Quinn!
Nascida no princípio do século XX, num 14 de setembro - Exaltação da Santa Cruz - data que lhe tocava profundamente o coração, Edel tinha essa Festa como de sua preferência no calendário litúrgico. Em tal escolha já se apresentam os primeiros sinais de que a garota simples e comunicativa faria História ao carregar, com coragem e determinação, a própria cruz.
Edel jamais se furtou à missão; foi precoce em tudo, parecendo mesmo conhecer antecipadamente que sua curta e valorosa existência demandaria incomum dinamismo e grande expediente. As dificuldades, inerentes às suas delicadas condições de saúde, longe de a desanimarem muito a estimularam. Habitando um corpo frágil, talvez inapto para responder aos seus anseios, professou um apostolado heroico, em que as situações limite foram superadas por uma alma plena da fortaleza divina.
Com sadia curiosidade aliada à sede de conhecimento, a jovem Edel possuía - como sugere o apostolado legionário - inabalável fé em Deus e total confiança em Maria Santíssima. Segundo suas palavras ‘jamais negou à Virgem nada do que lhe pareceu ser a sua vontade’.
Em Edel podemos reconhecer sem esforço muitas das virtudes de Nossa Senhora. Enquanto durou sua nobre missão na África Oriental perseverou no amor a Jesus Cristo e Sua Boa-Nova com humildade, modéstia e ousadia. Sete anos e meio de árduo serviço, e na luta contra a saudade dos familiares e da Pátria, sob a inspiração do Espírito reconheceu, inteligente e altruísta, que ‘com a mão no arado não deveria olhar para trás’.
Embora tuberculosa, possuía notável energia, temperança, disciplina e grande senso de responsabilidade.
Tendo com centro de sua existência a Eucaristia, chegou a viajar por horas, em completo jejum, para receber a Sagrada Comunhão.
Por diversas vezes necessitou de internação hospitalar, aproveitando o ‘repouso’ obrigatório para evangelizar com orações e correspondências.
Na renúncia a um cotidiano, que poderia ter sido monótono, a jovem irlandesa entregou-se inteira e intrépida à Novidade de Vida que o Senhor lhe oferecia.
Possamos neste ano, que a Legião de Maria dedica à venerável figura de Edel Quinn, nos unir em súplica pela futura elevação aos altares desta jovem, cujo legado sempre nos servirá de verdadeiro exemplo cristão.
Fabianne Nunes